Tento erguer-me em bicos dos pés acima da minha própria mortalidade. Estico-me por cima do mundo na tentativa de um pequeno vislumbre, uma nesga de luz. Olhos de gato em noite de lua nova. Os anos sabem a chumbo no arrastar dos passos. Não os que passaram voláteis, éter destapado, mas os que faltam. Estes que se aproximam num comboio desgovernado. Torrente de lava imparável a queimar sonhos e a vida que resta. O sangue que se envenena lentamente e os ossos, a furarem o mapa do corpo, a reinventarem azimutes de dor em novos lugares. Noites que se abrem em clarões negros de falta de ar. E nem quero falar da morte. A Terra gira indiferente a tudo o que não seja a sua vertigem de carrossel. Não há apeadeiros, apenas os nomes das estações a escorrerem borrões na paisagem.
O fim está sempre próximo depois da pele.
O fim está sempre próximo depois da pele.
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