Lost # II


Depois desta interrupção, causada pelos recentes acontecimentos políticos e sociais da nação, pode esta série seguir sem sobressaltos ou conotações precipitadas. É que, face aos resultados eleitorais expressos, encontrámos um novo rumo e, de facto, estamos muito longe de nos encontrarmos perdidos. Por isso, voltamos apenas às fotografias, na sua habitual simplicidade ilustrativa e recreativa, na pureza das formas e das cores (esta por sinal até está um bocadinho desfocada que isto de telés sem tripé por vezes dá estes resultados).

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Quero mentiras novas!


Está a decorrer o processo eleitoral. As pessoas estão a votar. Eu, também já votei. Não sei qual vai ser o resultado. Sei não obstante que não irá alterar substancialmente a vida do país. Se alguma surpresa houver, terá o efeito de um sismo de 0,5 na escala de richter. Uma excitação!

No entanto, já que não mudam as caras e, com estas ou outras moscas, seria refrescante que pelo menos mudassem os discursos, sei lá, que nos prometessem a lua…

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Campanha eleitoral


Não queria deixar de assinalar este momento tão importante na vida dos portugueses. Estamos, como toda a gente sabe, em período de eleições. Época de defeso por excelência para o disparate impune e para a promessa em vão, esta campanha, pelo contrário, tem-se feito notar pela renovação do leque de candidatos e pelo elevado nível dos seus discursos. Mensagens novas que nos enchem de esperança e alegria. Assim dá gosto!

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Lost # I


Era para iniciar hoje uma nova série. Sem palavras, só as fotografias e os clikes da ordem. Mas não resisto à tentação de estabelecer um paralelismo. Sim, eu sei que é demasiado óbvio, um lugar comum mas, a tentação é mais forte. Digam lá se estas turistas não fazem lembrar um grande número de portugueses perdidos no processo eleitoral? “Ora vamos lá ver em quem é que vou votar…”

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Crónicas urbanas II


Na cidade, há sempre histórias por contar. Histórias que se escondem nas pedras, histórias entaladas entre as paredes, histórias que habitam as sombras, histórias nocturnas, sonâmbulas ou tremendas, histórias ofuscadas pelo Sol, histórias com gritos de sangue, histórias murmuradas ao ouvido, histórias de amor com um final feliz, histórias de gatos e janelas, histórias com gaivotas e com corvos, histórias de cio e sussurros, histórias de trabalho, histórias de sonhos… Há milhões de histórias na cidade, esta, espera por alguém que a conte…

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Crónicas urbanas



A Cidade é um rio, de gente
árvores, lojas, cães
casas como barcos
navegam no alcatrão das ruas

A Cidade é um zumbido
templos de oração e súplica
tabernas e escolas
caminhos de sonhos, e luzes

A Cidade são os telhados do povo
e a fruta nos lugares
roupa que seca ao som das buzinas
mil pássaros em gaiolas

A Cidade é o cheiro
que tem a cidade
crude, relva, maresia
saudades da terra e axilas

A Cidade tem rodas de autocarro
e automóveis que lhe entopem as veias
as frutos das árvores são pombos
que grafitam estátuas e pedras

Na Cidade
o Sol põe-se mais cedo
para ver brilhar as janelas


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A u t ó p s ia


Não me lembro quando tudo começou. Qual o momento exacto em que nos transformámos, como os monstros nos filmes. Em que a nossa vida se converteu num simulacro do que éramos. Em que assistimos, impávidos, à nossa queda. Pior, em que a consentimos, quando vimos nascer palavras novas e as alimentámos como a crias sôfregas e desprotegidas: indiferença, desprezo, repulsa. Ódio. Nem posso acreditar nas coisas que dissemos, que eu disse. Eu, a quem magoava fisicamente o mal inadvertido que te fazia, e agora, dói-me saber que estás bem. E tu, a quem os olhos riam à minha chegada e te inebriavas no meu cheiro, fizeste de cada palavra uma arma de arremesso, de cada gesto um vidro à prova de bala, uma muralha…nem sequer uma despedida. Estamos mortos, meu amor, estamos mortos. Estamos tão mortos que nem sentimos a dor que é a nossa vida.

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