requiem para o fim dos dias

O tempo não existe, apenas o eco dos dias.

Estranhos, temerosos, angustiantes, perturbadores, desconcertantes, fascinantes, estes tempos em que vivemos e os que aí se aproximam. Por isso mesmo e mais do que nunca, desejo-vos sinceramente um:

Feliz Ano Novo, Feliz Año Nuevo, Gott Nytt år, Bonne Nouvelle Année, Happy New Year, Een Gudde Rutsch An D'Neit Joer, Glückliches Neues Jahr, Buon Anno, Godt Nyttår, Feliç Any Nou, Szczęśliwego Nowego Roku, An Nou Fericit, ευτυχισμένο το νέο έτος

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eliz atal


Pois, é isso mesmo, este ano vai assim, não há dinheiro para luzes coloridas e o que resta do subsídio de natal só deu para uma arvorezita incompleta. Ao que parece o José e a Maria seguiram as indicações de um tal senhor dos Passos e emigraram depois de dar o puto para adopção a uma estrela de Hollywood. Parte da vaca vai ser servida na consoada e o burro voltou para a carroça, que a gasolina está pelas horas da morte. Por isso, olhem, apesar disto tudo, vejam lá se fazem um esforçozinho para serem felizes, é que, se pensarem bem, “as melhores coisas da vida não são coisas”. Então pronto, que a troika vos seja leve e que tenham mesmo um:

Feliz Natal - Feliz Navidad - Joyeux Noël - God Jul - Merry Christmas - Bon Nadal - bo Nadal - Καλά Χριστούγεννα - Wesołych Świąt - Crăciun fericit - Frohe Weihnachten - শুভ বড়দিন - Veselé Vánoce - Glædelig jul - Häid jõule - Buon Natale - С Рождеством - Schein Chrechtdag

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persona. V

Falamos de máscaras. Do rosto que se coloca sobre o rosto para sermos nós próprios. Os romanos chamavam persona às máscaras do teatro. Per sonare. Expandir a voz.

E depois há aquelas máscaras que elegemos acima de todas as outras. Máscaras que nos fazem sentir melhor do que na nossa própria pele. Máscaras que são o rosto que gostaríamos que fosse o nosso rosto. A persona que gostaríamos de ser. Máscaras que colamos com tanta força que perdemos a noção - alguns de nós, tantos - do nosso próprio rosto.

o enigma da esfinge

(esta é para um tal de Choco que anda enigmaticamente desaparecido e que, de algum modo, ainda está a aprender a andar)

e toda a beleza será castigada

Fará a beleza algum sentido, quando o mundo se está a desmoronar à nossa volta? [Falo do nosso mundo, da democracia, da Europa dos cidadãos, dos direitos adquiridos, da protecção no trabalho, do estado social... Um mundo que, com todas as imperfeições e desigualdades, talvez fosse apesar de tudo, um dos melhores mundos para se viver. E é este mundo, este modo de vida que outros legitimamente reivindicam, que está agora a ser atacado. E não me venham com essa conversa de que gastámos demais e essas tretas todas que nos querem fazer engolir, esta crise é, entre outras coisas, um excelente negócio para muita gente. Não somos só nós aqui em Portugal (isto está muito para além do aldrabão do Sócrates), é toda a Europa que está sobre o fogo cruzado dos Mercados?!! Um modo de vida, diria que, uma civilização que levou séculos a aperfeiçoar está agora a ser posta em causa por causa dos Mercados?!! Vamos ter de trabalhar mais por menos dinheiro e ainda pagar mais impostos, cortes na saúde, na educação e na cultura (vejam o nosso caso, com esta despromovida, gerida em conta corrente por um escritor de segunda investido em amanuense) para acalmar os Mercados?!! Mas não sabem que aos mercados só o lucro interessa e nada mais acalma a sua imensa voragem? É o lucro pelo lucro, insaciável e cego. É esta sofreguidão que já nomeou dois governos europeus não sufragados e que continua a forçar a imposição da sua vontade, como lei. É a própria democracia que está ameaçada! E a Europa o que é que faz, os seus governantes o que é que fazem? Bem, não me parece que façam nada, vergados aos caprichos de uma valquíria demente na sua ânsia de punir governos e restringir soberanias (os insubmissos países que não correm a cumprir a superior tarefa de sacrificar os seus cidadãos) …] Fará, dizia eu, algum sentido, estarmos para aqui com pretensões mais ou menos artísticas, quando uma calamidade destas nos atinge mesmo em cheio nas trombas? Qual deve ser o papel da arte no meio desta coisa que nos devora? Continuar como se nada fosse? Denunciar? Provocar? Berrar? Explodir? Engolir? É uma inquietação que me incomoda como uma micose aguda, e uma dúvida que convosco agora partilho. Sinceramente eu…

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C

está quase...

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Discurso sobre o uso cor na identificação dos cadáveres em pré rigor mortis


Hoje proponho-vos um pequeno exercício de reflexão. Temos aqui uma fotografia de parte de um complexo mineiro. A imagem de uma montanha que foi esfolada muito para além da carne, como a carcaça de um animal. De facto, o que vemos é o esqueleto da montanha, cada osso uma história de dor da terra (e do suor dos homens).
Mas falávamos da fotografia, nela a cor é mais do que uma mera opção estética, transforma-se em personagem e assume o protagonismo da narrativa, como se cada tonalidade, cada cambiante da cor, fosse a marca de um golpe desferido impiedosamente neste enorme tecido mineral.


E agora esta imagem. É a mesma fotografia mas não é a mesma fotografia. A ausência de cor anula o dramatismo da narrativa anterior. O que agora se impõe são formas, linhas que cozem a fotografia à imagem de uma planta topográfica. Os golpes são aqui curvas de nível e a foto assume-se essencialmente como um exercício gráfico, quase abstracto.
Daí meus amigos – confesso – o posto de hoje. De facto, não consegui optar entre as duas fotografias, como alguém que tem dois amores que em nada são iguais mas que se completam entre si. É que isto das imagens, e vocês sabem-no melhor do que eu, se a gente se puser a pensar, tem muito que se lhe diga…

D

(Serve o presente também para vos informar que esta exposição "Abecedário Ilustrado" vai ser reposta, de novo em Almada, desta vez em formato maior, no Fórum Municipal Romeu Correia, na Sala Pablo Neruda, já a partir do dia 8 (e até ao dia 3 de Dezembro). Já agora aproveito para vos dizer que estou também em Torres Vedras, numa exposição colectiva chamada “Relato”, na Cooperativa de Comunicação e Cultura, até ao dia 6 de Dezembro. E ainda que vou estar numa outra colectiva, “Fotografia Gestual”, em Lisboa, no Edifício Sede da Caixa Geral de Depósitos - Área de Lazer, de 16 de Novembro a 6 de Dezembro.

Tudo isto e muito mais – são 25 exposições e 6 colóquios – no âmbito do evento “Novembro – Mês da Fotografia”.

É isso, estão todos convidados.)

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