Um dia destes, o presidente Cavaco interrogava-se, com aquele ar circunspectósorridente de boneco de cera crispado que ele tem, sobre as razões da nossa baixa natalidade. Pfff, é simples, pergunte ao governo, ao Sócrates e ao seu inefável ministro da economia, são razões uma atrás da outra para o pessoal se encher de vontade de aumentar a prole; exemplos de políticas natalistas: a compra de submarinos (para o caso de se perder a chupeta no mar, já me aconteceu), a injecção de dinheiro nos bancos fraudulentos, a compra de carros de luxo para o supremo tribunal e outros directores-ministros-secretários-e-subsecretários-de-estado-presidentes-de-câmaras-administradores-de-empresas-públicas, a contratação de equipas de assessores (os futuros pais nunca pensaram nisto, dá sempre jeito para mudar as fraldas), as visitas papais, as cimeiras da nato, o tgv (dá um jeitão para levar as crianças ao infantário), a compra de veículos blindados (em casos de birras são insubstituíveis), enfim, vocês sabem, incentivos. O Cavaco é que parece que não.